Centenas (eu disse centenas!!!) de pessoas lotaram a Praça do Skate no Sarau Alambucano. Nunca (eu disse nunca!!!) se registrou em Palmeira dos Índios tanta gente em torno da poesia. Três dias depois, confesso ainda estar inebriado.
Na data em que Alagoas comemorou os 197 anos sua separação política de Pernambuco, Palmeira dos Índios, com o apoios de pessoas, grupos e instituições, se juntou para celebrar a integração cultural de ambos os Estados. Acontecimento inédito. Realização histórica. Ideia das jovens musas Rafinha Costa, Naillys Araújo, Jéssica Fonseca e Milena Correia.
Quando inventamos esse nome para este sarau, recordamos o que dizia um dos grandes intelectuais palmeirenses, dr. José Delfim da Mota Branco, já falecido, que defendia a ideia de que Palmeira dos Índios, antigo povoamento de Santo Antônio de Garanhuns, nunca deveria ter deixado de pertencer a Pernambuco… Longe de querer promover a “restauração da nação pernambucana” e orgulhosos de nossa identidade cultural, produto da resistência popular durante quase dois séculos de miserabilização, o que queríamos celebrar era a integração cultural de ambos os estados. Afinal, o frevo é deles e nosso. O maracatu é deles e nosso. O coco é nosso e deles. Jacinto Silva é nosso e deles. Alagoas e Pernambuco tem muito em comum, uma riqueza que a guerra não desmembrou, e isso ficou demonstrado através do público, de todas as idades, ali presente.
Numa compreensão contemporânea, saraus são espaços de construção de identidades, abertos às múltiplas expressões artísticas. Além de mais de cinquenta declamadores, se apresentaram as galeras do hip hop, do pau e lata, do coco, do toré, do rock, do forró, do samba, do skate, da bike, do audiovisual, do cordel, do tye-dye… ufa! Mais de 40 livros e CD’s, oferta de autores locais, foram sorteados entre os participantes, que, além dos palmeirenses, vieram da capital e de cidades circunvizinhas. Veio gente da Bahia, de São Paulo e do Maranhão. Palmeira dos Índios reapareceu no mapa. O movimento poético palmeirense está consolidado. Como disse o poeta Ricardo Cabús, Palmeira dos Índios se tornou a capital alagoana da poesia…
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